domingo, 25 de setembro de 2011

carta 3

As listras falaram! E você não ouviu. Cadê teu coração? Cadê teu arquipélago? As comunicações se dão em tantas vias, ao contrário, em cortes, de vírgula. Em veias e teimas. Até parece engraçado.
Tem casos em que as guarnições falham. A armação se construiu mas a mensagem voou. É assim? Será que o defeito está no carteiro? Vai se saber né...
Lembro que às vezes você comenta que se sente uma rodoviária orgânica. E eu imagino uma rodoviária de bambu, e isso me lembra da minha teoria das listras...
Ainda continuam aquelas manchinhas na minha visão sabe? Parecem larvinhas negras. O médico disse que não é nada demais, que várias pessoas têm isso. Tomara que as larvinhas não virem insetos mesmo, não?

Me despi. Finalmente me despi daquelas imagens. Acredita??
E agora sou uma seta. Me sinto uma seta, branca, lisa lisa, tipo de acetato.
Me ocorreu agora: claraboia. É uma palavra tão de livro né? Parece que nem existe assim no carne e osso. Parece que foi inventada só para ser usada em romances amarelados.
Ok, linearidade. Uma amiga sempre me puxa a orelha por causa disso... mas até que faz parte do charme certa confusão não é? (segundo você mesma naquela noite que conhecemos a dona-de-cantina-do-olho-de-livro-que-tinha-até-quina. Lembra? Aposto que está rindo agora)
Enfim, sou mais forte, meu pijama é vinho, e pra insultar qualquer um basta uma sombrancelha.

Se achava discurso indireto livre uma coisa complicada, imagine silêncio inaérosol...
Enfim. Espero e torço para que sua comunicação involuntária chegue até mim. De preferência via rodoviária orgânica. De bambu... de rapé... de boldo, de bolso...

Até, minha Nico sulamericana.

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