terça-feira, 22 de março de 2011

correios

Querido,
Venho pensando esses dias porquê os passos vêm se tornando tão aquosos. Passíveis de mistura, entende?
Você ainda tem aquela marca logo abaixo da pálpebra de baixo? Espero que tenha. (perdoe a bagunça no manuseio dos assuntos, é que já está tarde e me deu muita vontade de te escrever.)
Vou indo bem aqui. Sempre que penso na minha situação, me vem a imagem de um caminho no qual ando, um caminho coberto de folhas de outono. e uns trinta centímetros antes do meu pé, elas se movem e abrem espaço...
Helene está ótima, cada vez mais bonita e mais lisa. Se me visse te escrevendo, com certeza te mandaria um beijo. Outro dia, enquanto tomávamos chá, ela comentou que a loucura é algo que tem que se merecer. Acho que concordo... Já notei que ela é propensa a soltar coisas assim quando está no rumo da cortina verde. Ou quando o tapete é mandado para lavar.
Ultimamente sonhei com Lígia. ela parecia tão morna. mas tranquila, sabe?

E você? hein? Queria ser um pilotinho pra entrar dentro desses teus controles. Conseguiu terminar o patíbulo-para-dúvidas?
.meu inverno sempre começa nesse mês errado. você sabe.

me responda. e não me venha com e-mail!



Um beijo.
Nina.


P.S: estou mandando um anexo-extraviável. se não chegou, é porque deu certo.
Minha casa me protege tempo
mas não me protege do tempo.

quarta-feira, 2 de março de 2011

não se olhe tanto no espelho
não se olhe tanto
todos amam
todos têm pesadelo.

todos erram
todos sujam a roupa com o molho do macarrão (mesmo tomando muito cuidado)