quarta-feira, 11 de julho de 2012

Lembrete

Não é só enxergar a ponta das entre cenas,
do que não era pra aparecer
além da placenta e do palco.
É preciso sacar as veias
que o autor esqueceu de costurar nos "pontos dramáticos".
Sacar a bile das ruas,
dos pulsos, do resto de lambe-lambe no muro,
do passado impresso na silhueta das grávidas.
Sacar o ponto cego, cinza, manco e claustrofóbico
dos fonemas saindo das bocas pretendendo dizer (dizer!)
"amor", "eu te amo"...

Espere.
espere as teorias se afogarem em seus álibis.
espere, cresça até a infância.
A represa vai estourar,
te inundar pra fora do contorno
e te raptar no sorriso secreto
de que tudo isso
é incomunicável.



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