sábado, 12 de dezembro de 2009

caligráfico

Eu sou o pior dos animais. Aproveito o espaço das palavras vazias e disponho todas as tensões predispostas ao ataque, à coação, ou riso da melhor forma segundo os feng shuis de revistas duvidosas. Eles não querem que você resolva seus conflitos e siga por aí leve e branco... Eu sou a pior cadeira possível.
Meus reservatórios de tintas estão fechados. E já faz tempos. E a pressão é muito grande. Quando explodir, o som irá manchar todas as valas entre os sonos, e os gêneros, e os dias e as noites . em todo o tempo. do ontem ao todo. Então serei uma rasura sabotante.
"Fire in the Sky" (ver esse filme de novo).
queria virar líquido e penetrar no silêncio preto do monolito de "uma odisséia no espaço"...
eras e eras se passam entre cada atrito de caligrafias. muito mais que 2001.

Sou três pessoas diferentes. paralelamente (corpos e tudo mesmo). sei porque minha caligrafia possui três movimentos diferentes. lancinantes (palavra bonita essa... nem tenho certeza do significado.).. porque a pessoa é sua caligrafia. e se tem mais de uma, é mais de uma.
Sobre as letras "de mão" e "de forma". A de mão (ou cursiva) é a persona 'ela mesma'. que tem apelidos de infância, manias estranhas, é parente (ou não), gosta, tem nojo, chora, ri, defeca, etc. O mesmo sujeito-letra de forma, é aquele em situações que exigem uma engomação do humor e dos movimentos. trajes sociais, foto 3x4, números de documento, velórios, pendências forenses... essas coisas.
Há também a questão das fontes tipográficas. Que são coletivas e mais ou menos impessoais... (são bem híbridas nesse sentido) Quanto às tipografias: são os arquétipos. Mas explicá-los demandaria tempo e disposição de minha parte.. Só digo por ora que eles são mais mutantes do que aparentam.

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