domingo, 22 de novembro de 2009

Helene pensava no porquê de gostar tanto de se sentir com tantas lâmpadas em dias fechados e chuvosos.
"é como se fôssemos cobertos. o céu se encapa. Como se o dia dissesse 'calma, temos tempo. tome um chá...'". Dias cinzas obrigam as matérias plásticas a inalar e borrifar as cores cruas, sem artifícios. Já que não há o traço enérgico e urgente imposto pelo sol.
Helene é um zodíaco.
Mas o homem atrás da porta sabe que não é bem assim. Que os tecidos geométricos e os souvenirs estão dispostos em camadas. Por enquanto, tudo está em camadas. As cascas não são tão simples, tão ópticas.
Sempre tem alguém para atender a porta. Sempre há portais em nucas descobertas.;. em datilografia impressa. E luz incandescente em quartos íntimos. Eternidade de quando se ouve realmente.
"Alta costura dos termos bem empregados - que apesar do trabalho e aviamentos, é só roupagem - ; os moldes dos advérbios..." pensava Helene passando o dedo leve na borda da toalha.

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